Assine a nossa petição para obter dados desagregados sobre o VIH dos migrantes na Europa!

31st Outubro 2022

Conhecer a epidemia, orientar a resposta

O problema:

O mandato fundador do CEPCD é a vigilância das doenças transmissíveis. O seu mandato foi recentemente alargado e as autoridades nacionais reconheceram, durante a COVID-19, a necessidade de coordenação e gestão a nível da UE para as preocupações comuns que atravessam as fronteiras. A saúde dos migrantes é, por inerência, uma dinâmica transfronteiriça que exige essa mesma coordenação e gestão a nível da UE:

1. O dados disponíveis é clara: em 2020, cerca de 2,2 milhões de pessoas viviam com VIH na Região Europeia da OMS e cerca de 104 000 foram diagnosticadas com VIH. Desses 104 000 novos diagnósticos, 44% ocorreram em migrantes.
2. De acordo com um Estudo de 2017 sobre os migrantes vivendo com o VIH na Bélgica, Grécia, Alemanha, Itália, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suíça e Reino Unido, 63% adquiriram o VIH depois de terem migrado para a região europeia.
3. Em 2020, apenas 4 países da Região Europeia da OMS puderam fornecer dados sobre os migrantes para as 4 fases da Cascata de Cuidados (CoC).

Atualmente, existe uma grave lacuna nos dados sobre os migrantes na Europa, que são responsáveis por mais de 40% de novos casos de VIH por ano em toda a região - se não forem contados com exatidão, como poderemos compreender a epidemia?

Na qualidade de utilizadores finais dos dados, estamos a monitorizar os indicadores disponíveis e não podemos utilizá-los para os nossos fins de defesa, porque o CEPCD não está a recolher dados sobre o estatuto da migração junto dos Estados-Membros.

A solução:

Não podemos verdadeiramente chegar ao VIH zero em 2030 se não incluirmos efetivamente os migrantes na resposta ao VIH ou se não reconhecermos as desigualdades existentes na forma como o VIH está a ser tratado na UE/EEE. Não alcançaremos o objetivo 3.3 dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Solicitamos que o ECDC trabalhe com as equipas de vigilância dos Estados-Membros para recolher e apresentar dados completos e desagregados sobre os migrantes de todos os Estados-Membros da UE/EEE ao longo das 4 etapas do CdC até 2025, para que possamos integrar esta peça do puzzle no quadro geral.

Acções necessárias:

Onde estão os dados? Os dados existentes são úteis mas incompletos porque não incluem as populações-chave. Arriscam-se a mascarar as desigualdades e iniquidades que existem dentro dos países e entre eles. Junte-se a nós na petição ao ECDC para obter os dados necessários para conhecer a nossa epidemia e orientar as nossas respostas, a nossa afetação de recursos e a nossa programação culturalmente adequada, para que possamos acabar com a epidemia de VIH na nossa região até 2030.